O mercado de games no Brasil em 2016

O mercado de games no brasil em 2016

Introdução:
Por conta da crise, até 2019 é previsto um encolhimento de 5 bilhões de dólares no setor de games mundial, porém nem todos os países estão em ritmo de queda. Alguns países, como o Brasil, estão crescendo e muitas empresas do setor enxergam neles uma forma de escapar dessa crise.
Para poder atingir um bom resultado, essas empresas estão investindo pesado, principalmente para descobrir nosso perfil de consumo e adequar os produtos a nosso novo público alvo.
Pois é, nosso novo público alvo.
Por muito tempo, o principal consumidor de jogos no Brasil eram os homens e suas principais plataformas consumidas eram os consoles e os PC’s.  Hoje, empresas do setor que investem no Brasil, já começaram a enxergar novas oportunidades.

O GuiaPlay investigou como se comportou o mercados de games no Brasil em 2016 e iremos listar alguns pontos que explicam porque o Brasil tem um ótimo potencial de crescimento, mesmo com a crise.

Iremos dividir esse assunto em quatro partes, que acreditamos serem as mais relevantes para entendermos como anda o promissor mercado de games no Brasil. São elas:
Parte 1: A influência da crise mundial no mercado de games brasileiro.
Parte 2: Empresas que investem (ou não) no Brasil.
Parte 3: A dublagem de jogos como um diferencial competitivo
Parte 3: Novo perfil do Gamer Brasileiro

Leiam até o final, pois recheamos nossa postagem com informações interessantes e curiosidades do mercado, para você ficar por dentro de tudo o que se passa no 12° maior mercado de games do mundo, o Brasil.

Então, sem crise, chegue mais e curta essa leitura. 😉

Parte 1 – A influência da crise mundial no mercado de games brasileiro.

empresas que investem no brasil

A Crise mundial fez muitos consumidores colocarem o pé no freio, muitos setores se prejudicaram e não foi diferente com o mercado de games.
Quando os preços começam a subir, a primeira coisa que pensamos em cortar são os itens desnecessários para a nossa sobrevivência, e como reflexo disso, até 2019, será esperada uma queda de até 5 bilhões de dólares no faturamento global do setor.
Apesar da queda, o Brasileiro é um bom consumidor, muitas empresas aproveitam desse nosso perfil de comprador, para obter lucro. Por exemplo, a Warner Bros, detentora das marcas WB Games, Electronic Arts e Capcom. Ela acredita que apesar da crise dos games seguir firme até 2019, no Brasil haverá um aumento anual de 13% nas vendas do setor nesse mesmo período.
Grandes distribuidoras de jogos também estão animadas com o Brasil.
“- O consumidor Brasileiro é Gamer, tem aptidão para jogar, mesmo em tempos de crise, continua comprando”.
Palavras da Multinacional Ecogames, responsável por cerca de 12% do Share Brasileiro.

Você pode achar loucura gastar dinheiro com jogos eletrônicos no meio de uma crise, principalmente com o preço dos jogos aqui no Brasil serem altos, mas acredite, para quem gosta de games, um jogo, ainda é o melhor custo-benefício.
O Cinema é caro,
os restaurantes são caros,
a diversão é muito cara…
Se fizermos uma relação do valor gasto, pelas horas de consumo, chegaremos a essa conclusão!!!
Não Acredita?
Por exemplo,
Um game de Console de última geração, custa em torno de 200 a 300 reais. Dependendo do jogo, você tem entre 10 a 20 horas de diversão, ou seja, esse jogo custa para seu comprador, cerca de 15 a 30 reais por hora.

Faz a conta,
Um cineminha! Quanto custa por uma hora de diversão?
Agora vai multiplicando esse valor pela quantidade de pessoas que vai com você assistir determinado filme.
Um restaurante, quanto custa por pessoa?
Um barzinho? um Boteco?
Agora, faz a mesma conta para o Boliche, o Kart e o Paintball.

Além da boa relação de valor/horas, outra vantagem dos games é que muitas pessoas podem jogar juntas no mesmo ambiente, sem pagar nada mais por isso, inclusive essa é uma característica marcante dos brasileiros.
Segundo a Pesquisa Game Brasil 2016, que entrevistou cerca de 3.000 Gamers em todo o Brasil, mais de 43% dos entrevistados que jogam em consoles, preferem jogar em casas de amigos e parentes. Então, mesmo em crise, o brasileiro ainda compra satisfeito seus jogos aqui no Brasil, o que proporciona um retorno interessante para as desenvolvedoras e distribuidoras que investem na gente.
Outro ponto interessante, é que o brasileiro não compra apenas jogos, não podemos esquecer dos diversos produtos relacionados ao mundo dos games; Como bonecos, roupas e canecas. Uma pesquisa realizada com os lojistas da Brasil Game Show, maior feira “Gamer” da América Latina, constatou que a partir de 2015, houve um aumento significativo na venda desses produtos no Brasil e muitos lojistas, como a TOYSHOW, acreditam  que esse aumento é proporcional ao crescimento da indústria nos últimos anos, chegando a um patamar muito semelhante com a indústria cinematográfica. Esse aumento gera muita procura pelo consumidor em produtos oficiais e aumento do interesse das desenvolvedoras em produzir esse tipo de produto.

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Curiosidades:
Você sabia, que a China, os Estados Unidos e o Japão são os países com os maiores faturamentos do setor de Games no Mundo?
De acordo com o centro de pesquisas NEWZOO, a soma vendida por esses três países totalizaram 59 bilhões de dólares, aproximadamente 65% de todo o faturamento mundial.
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Parte 2 – Empresas que investem (ou não) no Brasil.

mario game over

A expectativa de Crescimento no mercado de games do Brasil, vai na contramão da crise mundial, hoje, nosso mercado de jogos está em 12º lugar no ranking dos maiores faturamento do Mundo.
Fora isso, o Brasil é o terceiro lugar entre os países com maior capacidade de expansão no segmento “GAMER”.
Bom, os números do Brasil estão bons… mas, o que as desenvolvedoras estão fazendo para manter esses números???

A Nintendo simplesmente ignorou os bons números no Brasil e deixou muitos fãs frustrados com sua saída. Ela anunciou que deixaria de ter a parceria com a “Gaming do Brasil” devido aos impostos altíssimos e a impossibilidade de ser competitiva no país. Como resultado, não teremos mais jogos e consoles da Nintendo vendidos oficialmente no Brasil.
Bom, a verdade é que os fãs da Nintendo já estavam bastante abandonados, muitos deles já dependiam de comprar seus produtos sem passar pela sua representante oficial no Brasil.

No mesmo país e ao contrário da Nintendo, a Microsoft já aprendeu muito bem a trabalhar dentro do Brasil… Há quase 5 anos a empresa aposta na fabricação Nacional para ser mais competitiva. Hoje a fabricação dos consoles Xbox 360 e Xbox One já são feitos 100% no país, além de alguns jogos e cartões de cargas.

A Sony que já fabricava seu PS3 aqui desde 2013, decidiu encarar a fabricação nacional do PS4 a partir do meio de 2015, conseguindo preços bem mais baixos. Inicialmente o preço Importado era de R$4.000,00, caindo para R$2.600,00  logo após sua produção nacional.

Produtoras de jogos, como a activision, dona do Call of Duty e o Guitar Hero, detém 12% do Share Brasileiro e tudo o que é vendido aqui no Brasil, é produzido e representado pela empresa Brasileira NC Games. Parceria que vem dando certo graças ao bom número de compradores que o país possui e sua grande expectativa de aumento de consumo para os próximos anos.

O que essas empresas estrangeiras vêem no Brasil, não é apenas o barateamento do Produto, mas ter uma aproximação maior com o seu consumidor final, ou seja, nós brasileiros.

Segundo o gerente geral da Microsoft no Brasil, a produção nacional aproxima o público do produto, ele se sente acolhido pela empresa, os fãs ficam mais engajados e garantem um feedback mais positivo para as empresas.

Legal, né?

Ou seja, o que todas essas empresas de games estrangeiras fazem juntas aqui no Brasil, é:
Além do lucro, aprender a cativar seu público alvo e estar perto dele, independente das suas dificuldades.
Que lição para nossa amiguinha Nintendo, hein.

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Curiosidades:
Você sabia que os Consoles e os Jogos de videogames estão entre os 10 produtos com maiores impostos no Brasil?
A carga Tributária para esses produtos passa dos 70% do preço do Produto por serem considerados pelos legisladores como produtos supérfluos, ou seja, dispensáveis para a sobrevivência.
Nessa lista, os videogames perdem apenas para produtos como, Bebidas Alcoólicas, cigarros, armas de fogo, casacos de peles e perfumes importados.
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Parte 3 – A dublagem de jogos como um diferencial competitivo

Dublage de jogos no Brasil

A Dublagem de jogos, com certeza é um ótimo diferencial competitivo.
É visível o aumento da quantidade de jogos que já são lançados com dublagem em português. Parte desse sucesso, vem do fato de que o Brasileiro gosta de produtos dublados. Temos filmes, desenhos, séries e até novelas de outros países que passam pelo processo de adaptação para o português. Falas, Trejeitos, gírias, tudo é traduzido e transformado para o nosso idioma.  

O mesmo acontece nos jogos,
Para você que não viveu a era “Gamer” no início dos anos 2000, não imagina, que na verdade, a dublagem é uma necessidade antiga.
Eu tinha inveja dos americanos, os jogos vendidos no Brasil eram 95% em inglês e os outros 5% em japonês. E naquela época, nós tínhamos que nos virar e, muitas vezes, improvisar. Como muitos jogos eram pirateados aqui no Brasil, muitos Hackers conseguiam alterar suas falas originais. Quantas vezes nós nos deparamos na época do PS1, com jogos com dublagens cômicas, como o P.E.S ou Winning Eleven, que vinham com as narrações pirateadas de SIlvio Luiz e Galvão Bueno.
Pois é, desde aquela época, já tínhamos uma carência na tradução dos jogos, diferente de hoje, que podemos definir a dublagem de Jogos como um item essencial na compra do produto. Para as desenvolvedoras, um ótimo diferencial competitivo.

A dublagem envolve o “Gamer” na trama, principalmente se for bem feita, muitas desenvolvedoras de jogos já incluem no custo de seus projetos, os gastos com dublagens em estúdios profissionais, inclusive, participando ativamente na escolha dos dubladores de seus personagens principais. Para você ter uma ideia, um grande jogo pode ter até 200 personagens, porém, a média de dubladores gira em torno de 30 a 40 pessoas diferentes. Segundo a Ubisoft, que já dublou franquias como Assassin’s Creed, Watch Dogs e Far Cry, o gasto com dublagens é justificado aqui no Brasil, já que o mercado Brasileiro está cada vez mais promissor.
Com o aumento da procura por jogos dublados, os próprios dubladores passaram a se especializar, deixando o resultado final cada vez mais satisfatório. Essa especialização é imprescindível, já que o processo de dublagem de jogos exige muito mais interpretação do artista do que uma dublagem de filmes. Em 95% dos casos, o dublador não conta nem com o auxílio de vídeos da cena original, a sincronização quase sempre é feita posteriormente por equipes internacionais e nunca, nunca mesmo, o jogo está pronto quando o ele é chamado para gravar, o que torna todo o processo bem desafiador, com grandes possibilidades de falhas. Mas não Importa muito se a qualidade ainda tem que melhorar, a dublagem de jogos, está garantindo para as empresas bons números de vendas no Brasil, mesmo com a Crise.

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Curiosidades:
Você sabia que a dublagem de um jogo de videogame pode levar até três meses para ser concluída?
Em comparação com a dublagem de um filme, que leva no máximo duas semanas, o processo de dublagem de jogos é muito demorado. Isso porque o processo é feito aos poucos, em pequenos lotes enviados ao estúdio pelos próprios desenvolvedores, diferente dos filmes que os áudios são gravados em cima do produto inteiro e são dublados de uma vez.
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Parte 4 – Novo perfil do Gamer Brasileiro?

pesquisa game brasil 2016

Quando pensamos no perfil do Gamer Brasileiro, muitos já têm um estereótipo formado.
São Homens, até 20 anos e as plataformas mais jogadas são os consoles e os PC’s.
Porém, desde 2013, isso já vem mudando.
Segundo a Pesquisa Game Brasil 2016, o Gamer Brasileiro, em sua maioria são:

Mulheres, entre 25 a 34 anos e a plataforma mais jogada é o Smartphone.

Interessante, não?…
Pois é, agora o Smartphone é a plataforma mais jogada aqui no Brasil, principalmente os jogos casuais como o famoso Candy Crush Saga.
Ele faz parte da lista dos jogos preferidos dos Gamers Brasileiros, que conta com:
FIFA, em primeiro lugar.
Candy Crush, em segundo
GTA, em terceiro
Pro Evolution Soccer, em quarto lugar.

As mulheres no Brasil já são a maioria e as plataformas mais adotadas por elas são os Smartphones, ou seja, as empresas vão ter que se adaptar a essa realidade. Segundo Guilherme Camargo, CEO da Sioux, uma das empresas responsáveis pela pesquisa Game Brasil 2016,  para crescerem as empresas devem focar seus esforços também para o Mobile.
Mas para você que é fã de consoles, pode ficar tranquilo, pois apesar do Mobile estar ocupando espaço significativo no mercado de games brasileiro, os PC’s e os consoles ainda estão em situação confortável. Eles ocupam a segunda e terceira posição, com uma diferença de apenas 4%, em relação aos Smartphones.

Conclusão
O Brasil é um ótimo consumidor de games, não só de consoles e jogos , mas de produtos secundários, como bonecos e camisetas.
Todo esse consumismo está trazendo muitos investimento ao Brasil, por exemplo, a Microsoft e a Sony, que já fabricam seus consoles 100% em solo Brasileiro.
O Investimento dessas e muitas outras empresas estrangeiras do mercado de games, ao entrarem no país, trazem inúmeros benefícios para o consumidor final. Não apenas de baixos preços, por conta da menor carga tributária, mas sim de uma maior proximidade por parte dessas empresas em relação a seus consumidores, como:
Melhor Pós vendas
Melhor Distribuição
Maior Investimento em dublagens e legendas
Ou seja, um melhor atendimento ao consumidor.

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Créditos –
Arte da Capa (Erika Narciso / GuiaPlay)

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